Recivil
Blog

Na Câmara, Corregedoria Nacional reforça posição contrária à PEC dos cartórios

O corregedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp, participa, nesta terça-feira (06/10), às 15h, de uma audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 471/2005)  que pretende a efetivação de responsáveis interinos de cartórios extrajudiciais sem concurso público. O ministro vai reforçar a posição do CNJ, contrária à PEC, que “fere princípios constitucionais e favorecerá tão somente aqueles que, há anos, se beneficiam indevidamente de serviço público remunerado pela população brasileira”. A audiência será realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias, no plenário 11 do Anexo 2 da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). 


Na ocasião o ministro vai reforçar a nota técnica publicada pelo CNJ em novembro do ano passado, em que se manifesta contrário à proposta. Em junho deste ano, o CNJ aprovou as resoluções 80 e 81 que regulamentou as regras para ingresso nos cartórios e declarou vagos todos os cargos de titulares ocupados depois da Constituição de 1988 sem concurso público. As resoluções visam garantir o cumprimento da Constituição que exige no artigo 236 a aprovação no exame para ser titular de cartório. É exatamente esse artigo que corre o risco de ser alterado, caso a PEC seja aprovada no Congresso. O juiz auxiliar da Corregedoria, Ricardo Chimenti, também participará da audiência, no intuito de apresentar aos deputados os prejuízos que a aprovação da PEC poderá causar ao país.


A PEC beneficia quem ocupava a função entre a promulgação da Constituição e novembro de 1994, quando foi sancionada uma lei que regulamentava o artigo constitucional sobre os cartórios. “Por meio da Resolução n. 80/2009 do CNJ, busca-se garantir o princípio constitucional da moralidade pública e da impessoalidade e a forma republicana de governo, de maneira que os Cartórios de Notas e de Registros sejam preenchidos por cidadãos devidamente aprovados em concursos públicos, e não por pessoas escolhidas por critérios subjetivos e muitas vezes nebulosos”, destacou o ministro Gilson Dipp em nota divulgada no último mês. 


Na semana passada, o presidente do CNJ, ministro Gilmar Mendes, também se mostrou desfavorável à aprovação da PEC 471. Em Campo Grande (MS), o ministro declarou que a aprovação da PEC representaria “um retrocesso para o país”. De acordo com a redação atual da Constituição, (§ 3º, do artigo 236) “o ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso de provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis meses”.


 


Fonte: CNJ


 


 

Posts relacionados

Filho pode alterar certidão de nascimento se descobrir que tem outro pai

Giovanna
10 anos ago

Secretaria de Estado de Governo publica atos de aposentadoria

Giovanna
12 anos ago

Reconhecimento de divórcio realizado no estrangeiro terá prazo menor

Giovanna
12 anos ago
Sair da versão mobile