Recivil
Blog

Clipping – Filhos fora do país, pais despreocupados – Jornal Correio Braziliense

A fim de evitar falsificações de documentos e até o sequestro de menores por um dos responsáveis, Conselho Nacional de Justiça tornou mais rigorosa a emissão de autorizações para crianças e adolescentes viajarem ao exterior  


Está um pouco mais complicado viajar com crianças e adolescentes para fora do país. Em contrapartida, o processo ficou mais seguro. Desde abril, o pai e a mãe do menor precisam comparecer pessoalmente a um cartório para reconhecer firma em uma autorização. A medida foi adotada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para combater a falsificação de documentos e o eventual roubo dos menores por um dos pais, em casos de briga pela guarda. É nesta época do ano, nas férias escolares, que a maioria dos jovens viaja para o exterior.


Em janeiro, a funcionária de embaixada Cláudia Rosa, 46 anos, vai viajar com a filha, Luiza, 15, para os Estados Unidos e o Canadá. Ela não sabia das mudanças. Minhas duas filhas mais velhas já foram para o exterior e, na primeira viagem, há nove anos, tive problemas , relata. Fiz todo o trâmite burocrático de passaporte, visto, passagem, mas acabamos barradas pelo policial federal no portão de embarque. Eu não sabia que precisava de nenhuma autorização do pai , lembra ela. Agora, pelo que entendi, o processo ficou mais seguro , acredita ela.
O documento de autorização pode ser redigido por qualquer pessoa. Nele, deve constar o nome, a assinatura e o reconhecimento de firma dos pais, o período que o menor deve passar fora do país e uma foto. Na hora do embarque, é preciso estar com duas vias do papel e uma cópia de documento de identidade da criança ou do adolescente. Uma das vias fica com o agente da Polícia Federal.


A mudança nas regras foi um pedido da PF ao CNJ, com o objetivo de aumentar a segurança dos menores. Desejo expresso na Resolução 74/2009, de abril. Agora, o CNJ pediu aos 14 mil cartórios do pais que ajudem a divulgar as regras, colando cartazes nas paredes.


Assinatura


Para o presidente da Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg-BR), Rogério Bacellar, o procedimento atinge seu objetivo, evitando fraudes. Antes, o reconhecimento de firma era feito por semelhança, isto é, pela conferência da assinatura. E qualquer pessoa podia fazer , explica ele. Agora, só o dono da assinatura pode fazer o reconhecimento. É uma autenticação por autenticidade, que é muito mais segura. Agora, fica impossível um dos pais falsificar a assinatura do outro e levar a criança para fora do país sem o consentimento do outro , avalia ainda. As autenticações em duas vias custam cerca de R$ 10.


Luiza vai cursar no Canadá o primeiro semestre letivo do ano que vem. Antes, passará alguns dias com a mãe no Estados Unidos. As duas vão fazer turismo, mas a mãe coruja também tem outras intenções. Quero ajudá-la na adaptação lá, ficar uns 15 dias. Ensiná-la a andar de ônibus, se virar , afirma. A menina aprova a presença da mãe. Vai ajudar, com certeza. Eu estou bem ansiosa e ela já conhece bem lá , avalia.


O documento de autorização de viagem é o último de uma lista extensa. Ela já tinha passaporte e visto americano. “Tivemos que tirar o visto para o Canadá”, informa Cláudia. “Fora isso, teve a papelada da escola, com muita burocracia”, completa. O processo pode ser trabalhoso, mas vale a pena pela segurança que traz.


 


Fonte: Jornal Correio Braziliense


 


 

Posts relacionados

Imposto sobre heranças pode chegar a até 25%

Giovanna
10 anos ago

Sanção sem convicção: Wagner assina privatização dos cartórios, mas diz que não concorda

Giovanna
12 anos ago

Oficial de Registro Civil perde delegação por cometer irregularidades em São Paulo

Giovanna
12 anos ago
Sair da versão mobile